sábado, 23 de agosto de 2008

Paissandu eterno

Como assim? O Cinema Estação Paissandu vai fechar? É a última semana? Leio surpreso a notícia no Globo. Liliane fica inconsolável. Tento lembrar de todos os filmes a que assisti na simpática sala da Rua Senador Vergueiro, mas só me recordo do Quando estou amando, o filme que mais me impressionou este ano (leia sobre ele aqui).

Pelo que a reportagem deste domingo diz, o proprietário da sala pediu o imóvel, possivelmente seduzido por alguma proposta irrecusável de algum supermercado ou (toc, toc na madeira) igreja evangélica. A solução viável, segundo o povo do Grupo Estação seria uma reforma que transformasse o cine em duas salas (sim, sou a favor dessa idéia!). Mas não há investidores.

Como assim? Onde estão os banqueiros amantes do cinema nesta hora? E a Petrobras, que banca o Odeon? Eletrobras? Quem poderia salvar este simpático cinema, que mantém viva esta rua do Flamengo? E a vereadora que leva o bairro no nome? E os cinéfilos, que andam para cima a para baixo nas semanas de Festival do Rio? Quem dá mais??

Eu não consigo acreditar que o Paissandu vai acabar. Parece um pesadelo. Liliane é sócia da locadora. Foi perguntar às meninas que lá trabalham, ficou amiga delas. Não sabem de nada, não foram avisadas. Ficaram surpresas com a quantidade de velhinhas, coitadas, que vão lá de hora em hora perguntar se é verdade aquilo que leram no jornal. E agora?

Este blog, que ficou tão ligado nas madrugadas olímpicas, perdeu a inspiração de repente, atônito com esta notícia. Eu não aceito. Ainda espero, durante esta semana, um parceiro, um milionário caridoso que aceite bancar a reforma, ou comprar a sala, ou fazer chover dinheiro, sei lá. Já não temos o Teatro Galeria, que poderia estar em funcionamento, fazendo um setor cultural alternativo bem localizado (petinho do metrô). Mas, não. Vai acabar!

Enquanto o apocalipse não chega, estarei aqui triste, incrédulo, saudoso desde já. Desde sempre. Não! O Paissandu não pode morrer!

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