quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - XV

Na primeira semana de Olimpíadas, o difícil era assistir a um jogo até o fim. As atrações eram tantas, que cortavam do vôlei para uma luta no judô, que emendava numa eliminatória de natação, ou em um trecho final de um joguinho de basquete. Ao voltar para o vôlei, aquele set já tinha sido fechado. E assim, se chegava as 4h da madruga.

Agora, chegando ao fim dos jogos, as atrações são mais escassas. De repente, nos vemos acompanhando uma prova de BMX, Monaretta, Caloi Cross, 10, Ceci ou Peri, quem sabe até uma dobravelzinha, só para lembrar de alguns camelos dos Anos 80. É a hota que pipocam provas de Nado Sincronizado (foto), Ginástica Rítmica (aqueles com bolas, fitas, arcos e uns troços esquisitos) e Iatismo sem vento, especialidade de Pequim.

Mas, ontem me deparei com um jogaço de vôlei: Itália x Polônia. Um grupo de poloneses aparentemente chapados na arquibancada não parou um só minuto de gritar "Polska, Polska, Polska", embalando a reação dos compatriotas em quadra. Reagiram, levaram para o quinto set, mas deu Itália no fim. Pela manhã, parecia um repeteco (lembra desta expressão?). Estados Unidos x Sérvia também teve as mesmas características. Enfim, pelo visto foi o Brasil que teve mais molezinha nas quartas-de-final, ao vencer a China por 3 a 0.

Teve uma coisa que achei muito feia. Na semifinal brasileira masculina do vôlei de praia, a dupla Márcio/Fábio Luiz derrotou Ricardo/Emanuel por 2 sets a 0, com um ponto final contestado pelos perdedores. Depois do jogo, enquanto Fábio dava entrevista, Ricardo interrompeu a entrevista para, aparentemente em tom de brincadeira, tirar satisfação do adversário. "Aquela bola bateu na sua mão", dizia para que os jornalistas ouvissem. Os colegas caíram na pilha e repetiram a pergunta, deixando o finalista ainda mais constrangido.

Resumindo: uma pequena palhaçada. Esse tipo de atitude desmerece a vitória incontestável da dupla que chegou a Pequim desacreditada. A desenvoltura do desinibido Ricardo em frente aos repórteres e diante do ultratímido Fábio foi um exemplo ideal do que é não saber perder. Mesmo que a bola tenha batido na mão dele, o que faz do perdedor o bastião da Justiça para fazer aquilo na frente da imprensa (e de todo o Brasil, conseqüentemente). Eu, hein. Fosse um cara mais pavio curto, o pau ia comer.

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