segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - XII

Qual é o preço de uma frustração? Ou de uma decepção? Quanto custa um fracasso? Como se avalia de quem é a culpa de um erro? Quem assistiu ao tombo de Diego Hypolito no fim da apresentação de solo, onde ele entrava como candidato a uma medalha de ouro, teve que tirar a prova do estômago. O garoto, que teve que brigar com uma lesão e até contra a dengue para ir a Pequim, fez uma expressão difícil de explicar.

Por acaso, eu já tinha falado aqui que achava difícil. E também questionei sobre a orientação psicológica dos atletas, tanto da ginástica, quanto do judô. E, pelo visto, já dá para ver que isso acontece também no atletismo e na natação, com a exceção do Cielo. Mas, jamais poderia imaginar que poderia ver aquela cena da manhã de domingo.

Acho que quem tem mais de 30 anos já fracassou um dia, guardadas as devidas proporções. No esporte, isso é mais evidente, e às vezes, até muito cruel, como no caso de Hypolito. Zico, Baggio, Zidane, Maradona, só para ficar entre alguns ídolos do futebol, sabem o que é isso.

E chega desse negócio de pedir desculpas ao país. É uma prova de que essas pessoas levam todo o peso de um país nas costas. E, com o perdão do que possa parecer esse verbo, tremem na hora de brilhar. Daiane dos Santos (foto), mais uma vez, errou. Mas voltou a mostrar maturidade: "É muito complicado. Você treina quatro, cinco, oito anos para alguma coisa e não acontece." Ela completou com mais uma frase simples, mas lúcida: "A gente quebrou muitas barreiras aqui".

Enfim, você, telespectador brasileiro, está insatisfeito? Vai lá fazer melhor.

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