
Pois, na última vez que fui ao cinema, me surpreendi com um dos filminhos mais legais que já vi recentemente. Daqueles que a gente sai da sala sem entender o motivo por ter gostado tanto da fita. Trata-se de Quando estou amando, tradução muito esquisita para Quand j'étais chanteur, que no inglês, ficou mais fiel: When I was a singer.
Quem me conhece sabe que tenho um pé (talvez os dois) no brega. Pois a história do cantor romântico meio fracassado Alain Moreau, magistralmente interpretado por Gérard Depardieu, vai aos poucos invadindo a sala e tomando a atenção do espectador. E quando se sai do cinema, é difícil deixar de pensar naquele personagem tão real. Seu amor platônico pela bem mais jovem e moderininha Marion (Cécile de France) é tocante.
O cartaz do filme me deu a impressão de que iria assistir a uma historinha de amor bem doce, daquelas americaninhas. Mas, não. Os franceses teimam em complicar um pouco a história. O roteiro esconde algumas cenas óbvias e aposta no silêncio, nos desencontros, na impaciência de um ou na intolerância de outro. E assim, como bem mais de parece com a vida real, vai se construindo uma relação, seja lá qual for. O texto e a direção é de Xavier Giannoli.
E quando se reúne dois atores bons, metade do filme está garantida. Gérard Depardieu é um monstro francês, que interpretou personagens reais históricos como Danton, passando por Rodin, pingando no primeiro empresário de Piaf, Louis Leplée, e em ficticios importantíssimos como Cyrano de Bergerac, Jean Valjean e até mesmo o gorducho Obélix. Além disso, ele se revela um bom cantor, dando interpretação a músicas muito divertidas. E Cécile de France é a atual namoradinha do cinema francês. Ela não fica atrás.
Se alguém for asistir ao filme por indicação deste blog, vale prestar atenção na cena final, que tem ao fundo a música brega-romântica-francesa Les Paradis Perdus, do cantor Cristophe, que faz uma pequena e emblemática aparição no filme. Uma cena linda, quase sem palavras, mas com uma interpretação inesquecível do monstro Depardieu. Aliás, pesquisando, descobri que quem fez a música para a comovente letra de Cristophe é o sumido Jean Michel Jarre.
A única crítica que achei foi do site Cineclick, que destaca uma frase que resume o filme: Quem for jovem de coração vai amar (leia aqui).
O filme foi um dos xodós do Festival do Rio em 2006, mas só agora estreou por aqui. Pela sala do Paysandu cheia, dá para ver que o boca-a-boca ainda funciona. Vale ficar até o fim dos créditos.
Site oficial do filme - tem boas imagens e trechos das músicas.
Abaixo o trailler, que tem um trecho da música de que falo (é a mais lentinha).
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