sábado, 14 de junho de 2008

Céu dos sambistas recebe Jamelão

José Bispo Clementino dos Santos nos deixou na madrugada deste sábado, dia 14, quando (heresia) já estávamos nos acostumando a não vê-lo mais interpretando o samba da Mangueira nos desfiles da Sapucaí. Morreu pouco mais de um mês após completar 95 anos. Na foto ao lado, ele observa o violão de Cartola, que o deve estar recebendo no céu dos sambistas.

Um dos maiores sambistas de todos os tempos, Jamelão era conhecido por um engraçado mau-humor, que o fazia dar foras em jornalistas desavisados, que o chamavam de "puxador de samba".

- Não puxo fumo, nem puxo saco... então não sou puxador, eu sou cantor!

Começou sua carreira como corista de Francisco Alves até substituí-lo em uma noite. Além dos sambas, passou a ser conhecido por suas interpretações de músicas de dor-de-cotovelo, como Nunca, Matriz ou filial, Risque, Ela disse-me assim e Dor de cotovelo (Eta dor!), cujo primeiros versos são exatamente assim: "Eta dor de cotovelo dos diabos, que saudade, que vontade de morrer. Que adianta eu encobrir as aparências, se me olhando, todo mundo vai lhe ver".

Vou deixar dois vídeos aqui para celebrar a partida do sambista vascaíno. O primeiro é uma reportagem do jornal Hoje sobre os 90 anos do mangueirense, muito bem feita pelo repórter Arnaldo Duran.

O segundo é um encontro memorável de Jamelão e Romário em São Januário. Imperdível.



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