sábado, 19 de abril de 2008

Um lápis na mão e uma idéia na cabeça

Certamente, quem tem menos que 30 e poucos anos não se lembra do antigo Globinho, apresentado pela jornalista Paula Saldanha (por sinal, filha do João). Uma época bem diferente da atual.

Para descrever um pouco o programa tive que recorrer ao Google (a memória coletiva do século XXI). Achei uma boa descrição no blog Feira Moderna, do designer Mauro Pinheiro. Era um misto de telejornal, com matérias de interesse das crianças, intercalados por animações bem criativas, como Barbapapas, Mio e Mao e... A Linha!

Criado pelo cartunista italiano Osvaldo Cavandoli (01/01/1920 - 03/03/2007), o personagem de La Linea (original italiano) era, como se vê na ilustração acima, feito de lápis branco em uma lousa colorida (ia mudando de cor durante o desenho). Mal-humorado, o personagem narigudo falava uma espécie de "gromlo", língua inventada, de lugar algum, ou mistura de todas. Embora parecesse um dialeto italiano, ressaltado pelos gestos exagerados das mãos do "buona gente".

A simplicidade do desenho é que impressiona. O "Linha" alternava ira e alegria, reclamava com seu criador e desenhista, que atendia às suas exigências e também pregava-lhe peças. Tudo isso representado pela mão de Cavandoli, que aparecia apagando ao desenhando a superfície, transformando solo em água ou em um precipício. Além de tudo, tem uma trilha de abertura bem divertida.

Me lembro de, muito pirralho, ficar vidrado na telinha, prestando atenção aos detalhes do desenho. Cavandoli é o exemplo de criador bem sucedido. Era designer da Alfa Romeo, até que resolver fazer seus cartuns em 1943. Só em 1969 criou A Linha, sua maior obra.

Clique aqui para baixar os filmes de A Linha

Um episódio d'A Linha no You Tube

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