sexta-feira, 11 de abril de 2008

Quem vigia Watchmen?

Uma das obras que mais me impressionaram nos quadrinhos vai virar filme. Watchmen, escrita por Alan Moore e desenhada por Dave Gibbons, ganhará em 2009 uma versão na telona do diretor Zack Snyder, o mesmo de 300, aliás, outra que saiu das HQs.

Publicada no Brasil originalmente em 12 edições, a obra já ganhou edição encadernada e até uma outra especial mais recente, com extras e cenas novas. Quem me deu a dica, no fim dos Anos 80, foi o amigo baterista paulista Cláudio Tchernev, que sabendo do meu interesse em quadrinhos, emprestou o encadernado.

Para quem nunca leu HQs, não é uma tarefa tão fácil. Watchmen (que quer dizer vigilantes) é uma história aparentemente tradicional baseada na chamada Era de Ouro dos super-heróis. E com muita metalinguagem. Tudo é relacionado ao que acontece na história. O conto publicado ao fim de cada capítulo é o mesmo que um garoto negro lê sentado ao lado de uma banca. Os trechos de uma autobiografia são os escritos por um dos personagens do filme. Uma entrevista de um dos vigilantes é publicada em outra edição. E assim por diante.

No enredo, influenciados pelos quadrinhos de super-heróis que surgiram nos anos 30, um grupo de pessoas começou a trabalhar como vigilantes mascarados e fantasiados nas ruas de Nova York. De uma maneira quase inocente (como sugeria a Era de Ouro), o Coruja, o Comediante e a Espectral eram verdadeiras celebridades idolatradas por uma geração. Apenas pessoas atléticas, fortes, sem poderes especiais. Destaco abaixo o trecho do Wikipedia:

"O Doutor Manhattan, o único a possuir poderes paranormais, foi o primeiro da nova era de super-heróis mais sofisticados que durou do começo dos anos 60 até a promulgação da Lei Keene, em 1977, implantada em resposta à greve da polícia e a revolta da população contra os vigilantes que agiam acima da lei. A lei exigia que todos os aventureiros fantasiados se registrassem no Governo. A maioria dos vigilantes resolveu se aposentar, alguns revelando suas identidades secretas para faturar com a atenção da mídia. Outros, como o Comediante e o Doutor Manhattan, continuaram a trabalhar sob a supervisão e o controle do governo. O vigilante conhecido como Rorschach, entretanto, passou a operar como um herói renegado e fora-da-lei, sendo freqüentemente perseguido pela polícia.

A história abre com a investigação do assassinato do homem de negócios Edward Blake, logo revelado como sendo a identidade civil do vigilante mascarado conhecido como Comediante. Tal assassinato chama a atenção de Rorscharch, o qual passará toda a primeira metade da trama entrando em contato com seus antigos companheiros em busca de pistas, considerando praticamente todos como possíveis suspeitos."

O que acontece a partir daí é uma história com desdobramentos incríveis, em meio à paranóia dos Anos 80, sob o medo da Guerra Fria, e que vai ganhando uma complexidade surpreendente. Se Snyder fizer algo próximo ao que fez com 300, adaptação de uma obra de Frank Miller (outro gênio das HQs), teremos um filme visualmente interessante. Mas o grande desafio deste filme é o roteiro: como transformar uma obra tão vasta em pouco mais de duas horas. David Hayter (os dois primeiros X-Men) e Alex Tse assinam o filme e têm essa missão. Eu, como fã da história, torço para que tenhamos um longa tão marcante como é a obra nos quadrinhos.

PS: Mais tarde, a Marvel se influenciou em Watchmen para criar a sua Guerra Civil, que surge por causa de uma Lei de Registros (Lei Keene??) e que põe Homem de Ferro e Capitão América como rivais. A pergunta que permeia a obra de Alan Moore é "Who watches the Watchmen?".

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