quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O ataque dos santões

Sempre gostei das eleições, desde pequeno, quando em Angra ainda nem se podia escolher o prefeito. A primeira vez que votei foi em 1982, quando eu tinha 10 anos. Sim. Minha falecida avó, Dona Sebastiana, me pediu que a acompanhasse até a cabine, e eu nem perdi tempo para preencher a cédula toda. Votei, no que se chamava na época de voto vinculado, em candidatos a governador, senador, deputados federal e estadual e vereador, todos candidatos do PDS. E não seriam os que eu votaria, claro, mas sim, os escolhidos pela Vó Tiana.

A cidade ficava cheia de santinhos espalhados pela rua. Uma verdadeira festa da democracia, bradávamos nós, já em nossa primeira participação como votante e militante, nas eleições de 1989, enfim, para presidente. Tinha 17 anos. E que eleições foram aquelas! Lula, Brizola, Ulisses, Covas, Maluf, Aureliano, Afif, e os obscuros Pedreira, Marronzinho, Correia, Caiado, com figuração de Silvio Santos, mas com fim triste: Collor.

De lá até 2008, hoje com 36, já nem me lembro direito em todos os candidatos em que votei (em algumas até justifiquei ausência) nas eleições. Sou voluntário, trabalho como mesário, por gostar muito do processo eleitoral. Mas confesso que estou de saco cheio com a poluição visual da cidade. Saem os santinhos, entram os santões (foto). Neste monumento, no cruzamento da Senador Vergueiro com Barão do Flamengo, o José de Alencar parece entediado com tamanha cara-de-pau dos candidatos em roubar o seu espaço. Portanto, me decidi: não voto em candidatos a vereador com santões. Embora, para prefeito, não eu tenha como fazer isso. Todos aderiram aos santões!

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