quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Momento You Tube - IX

Este blog ainda está na fossa por causa do fechamento do Estação Paissandu. Mas ao me deparar com este vídeo, não resisti. Ainda no clima das comemorações pelos 50 anos da Bossa Nova, tenho ouvido bastante João Gilberto, morrendo de inveja de quem foi ao show do último domingo, no Municipal.

Enquanto isso, em uma praia na Barra, Luiz Bonfá, João Gilberto e Tom Jobim tentam se dar bem diante de três desinibidas cariocas... Até que chegam... bem, não sei direito, assista ao vídeo.

sábado, 23 de agosto de 2008

Paissandu eterno

Como assim? O Cinema Estação Paissandu vai fechar? É a última semana? Leio surpreso a notícia no Globo. Liliane fica inconsolável. Tento lembrar de todos os filmes a que assisti na simpática sala da Rua Senador Vergueiro, mas só me recordo do Quando estou amando, o filme que mais me impressionou este ano (leia sobre ele aqui).

Pelo que a reportagem deste domingo diz, o proprietário da sala pediu o imóvel, possivelmente seduzido por alguma proposta irrecusável de algum supermercado ou (toc, toc na madeira) igreja evangélica. A solução viável, segundo o povo do Grupo Estação seria uma reforma que transformasse o cine em duas salas (sim, sou a favor dessa idéia!). Mas não há investidores.

Como assim? Onde estão os banqueiros amantes do cinema nesta hora? E a Petrobras, que banca o Odeon? Eletrobras? Quem poderia salvar este simpático cinema, que mantém viva esta rua do Flamengo? E a vereadora que leva o bairro no nome? E os cinéfilos, que andam para cima a para baixo nas semanas de Festival do Rio? Quem dá mais??

Eu não consigo acreditar que o Paissandu vai acabar. Parece um pesadelo. Liliane é sócia da locadora. Foi perguntar às meninas que lá trabalham, ficou amiga delas. Não sabem de nada, não foram avisadas. Ficaram surpresas com a quantidade de velhinhas, coitadas, que vão lá de hora em hora perguntar se é verdade aquilo que leram no jornal. E agora?

Este blog, que ficou tão ligado nas madrugadas olímpicas, perdeu a inspiração de repente, atônito com esta notícia. Eu não aceito. Ainda espero, durante esta semana, um parceiro, um milionário caridoso que aceite bancar a reforma, ou comprar a sala, ou fazer chover dinheiro, sei lá. Já não temos o Teatro Galeria, que poderia estar em funcionamento, fazendo um setor cultural alternativo bem localizado (petinho do metrô). Mas, não. Vai acabar!

Enquanto o apocalipse não chega, estarei aqui triste, incrédulo, saudoso desde já. Desde sempre. Não! O Paissandu não pode morrer!

Telespectador olímpico - XVIII

Em algum post do passado, eu escrevi sobre fracasso, me referindo ao tombo fatídico do Diego Hypolito diante do mundo. Pois duas de nossas três medalhas de ouro em Pequim, que hoje vivem a glória, já passaram por isso.

Maureen Maggi pensou em botar um fim em sua carreira quando foi suspensa por doping, até hoje atribuído por ela a um creme depilatório. Depois, ela teve uma filha do casamento com o piloto Antonio Pizzonia e voltou por cima.

As meninas do vôlei, única aposta minha que vingou (fora o bronze do futebol masculino e a prata do Roberto Scheidt), também viveram isso. Ou melhor, o técnico Zé Roberto passou. Ele, sim, poderia desabafar como Bernardinho fez, até antes da decisão que começa daqui a algumas horas. Foi taxado de pouco rigoroso, de calmo demais, de não ter pulso, de tudo. Pudera, também depois daquela semifinal em Atenas.

Mas ele pegou leve, se comparado com o sinal de silêncio das meninas após a vitória sobre os EUA. "A gente tinha certeza que uma hora aquela bola que não caiu em Atenas ia cair. Aquilo ficou engasgado, mas agora saiu da melhor forma possível".

Sobre o vôlei masculino, vou torcer. Mas o que os caras dos Estados Unidos jogaram nos últimos dois duelos contra Sérvia e Rússia... Não vai ser nada fácil.

Telespectador olímpico - XVII

Enfim, entramos nas Olimpíadas de vez! O salto de Maurren Maggi (foto) foi tão perfeito que, se o pé avançasse um milímetro a mais, iria queimar e ser invalidado. Isso é emoção demais! Ouro para o Brasil em esportes como natação ou atletismo é assim: no limite do atleta. Com César Cielo também foi assim, sem parar para respirar, nas braçadas perfeitas. O mérito é todo e somente deles. Por isso, vale ficar na madrugada torcendo, esperando um feito desses.

Criticar é fácil, ainda mais quando se está em casa, deitadão no sofá ou na cama. Mas eu tenho que falar só uma coisinha sobre o Bernardinho. Ele resolveu desabafar logo depois das semifinais: “O que me incomodou foi o julgamento de pessoas que não têm a menor condição de julgar. Umas que não tem condição moral, outras que não têm capacidade. Isso me incomodou muito. Me chamaram de tudo: traidor, nepotista, mercenário, tudo foi de alguma maneira ventilado. E o que eu vou fazer? Processo adianta o quê?"

Mas logo o Bernardinho, tão incensado como o melhor treinador do Brasil, resolve dar uma de Dunga? Será que o comandante da seleção brasileira de futebol está fazendo escola? E quem é que criticou o Bernardinho, que eu não fiquei sabendo? Eu hein...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - XVI

Tem coisas que só acontecem com os Estados Unidos. Essa frase, criada para atazanar o Botafogo, mas incorporada por boa parte dos botaguenses, só se aplica aos estadunidenses se forçarmos muito a barra. Nesta quinta, aconteceu, quando Tyson Gay deixou cair o bastão, resultando na desclassificação de sua equipe no revezamento 4 x 100m livre. O Brasil ficou com o quinto tempo e pode sonhar com um bronzezinho.

Outro coisa que tenho que registrar aqui foi o meu palpite errado. Cravei, com toda a petulância de quem pretende enganar alguém, que os EUA iriam passar a China no quadro de medalhas com o começo do Atletismo. Pois, até agora, nem neste esporte os ianques estão liderando: a Jamaica e a Rússia têm cinco ouros cada, e os Estados Unidos têm quatro. A China só tem dois bronzes.

A seleção brasileira feminina de vôlei é pule de dez. Embora em um jogo duríssimo (a que infelizmente não pude assistir), venceu a China por 3 a 0, continuando invencível inclusive em sets. E vamos pegar quem? Estados Unidos. Por onde se anda, topa-se com eles(as).

Pois então, eis que pela manhã, perdemos para elas(es) no futebol. Certamente, a prata mais jururu de Pequim. Sem sentimentalismo, que pinta fácil nessa hora, é hora de pensar o que fazer com essas guerreiras, Marta (foto), Cristiane, Daniela, Formiga, Bárbara e outras que começam a ser conhecidas aos poucos. O preparo físico pesou na hora da decisão, fazendo com que elas errassem alguns lances que poderiam ter sido mais fáceis. E para desfecho, mais choro. Agora, não adianta falar em dar apoio ao futebol feminino. É hora de ação.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - XV

Na primeira semana de Olimpíadas, o difícil era assistir a um jogo até o fim. As atrações eram tantas, que cortavam do vôlei para uma luta no judô, que emendava numa eliminatória de natação, ou em um trecho final de um joguinho de basquete. Ao voltar para o vôlei, aquele set já tinha sido fechado. E assim, se chegava as 4h da madruga.

Agora, chegando ao fim dos jogos, as atrações são mais escassas. De repente, nos vemos acompanhando uma prova de BMX, Monaretta, Caloi Cross, 10, Ceci ou Peri, quem sabe até uma dobravelzinha, só para lembrar de alguns camelos dos Anos 80. É a hota que pipocam provas de Nado Sincronizado (foto), Ginástica Rítmica (aqueles com bolas, fitas, arcos e uns troços esquisitos) e Iatismo sem vento, especialidade de Pequim.

Mas, ontem me deparei com um jogaço de vôlei: Itália x Polônia. Um grupo de poloneses aparentemente chapados na arquibancada não parou um só minuto de gritar "Polska, Polska, Polska", embalando a reação dos compatriotas em quadra. Reagiram, levaram para o quinto set, mas deu Itália no fim. Pela manhã, parecia um repeteco (lembra desta expressão?). Estados Unidos x Sérvia também teve as mesmas características. Enfim, pelo visto foi o Brasil que teve mais molezinha nas quartas-de-final, ao vencer a China por 3 a 0.

Teve uma coisa que achei muito feia. Na semifinal brasileira masculina do vôlei de praia, a dupla Márcio/Fábio Luiz derrotou Ricardo/Emanuel por 2 sets a 0, com um ponto final contestado pelos perdedores. Depois do jogo, enquanto Fábio dava entrevista, Ricardo interrompeu a entrevista para, aparentemente em tom de brincadeira, tirar satisfação do adversário. "Aquela bola bateu na sua mão", dizia para que os jornalistas ouvissem. Os colegas caíram na pilha e repetiram a pergunta, deixando o finalista ainda mais constrangido.

Resumindo: uma pequena palhaçada. Esse tipo de atitude desmerece a vitória incontestável da dupla que chegou a Pequim desacreditada. A desenvoltura do desinibido Ricardo em frente aos repórteres e diante do ultratímido Fábio foi um exemplo ideal do que é não saber perder. Mesmo que a bola tenha batido na mão dele, o que faz do perdedor o bastião da Justiça para fazer aquilo na frente da imprensa (e de todo o Brasil, conseqüentemente). Eu, hein. Fosse um cara mais pavio curto, o pau ia comer.

Telespectador olímpico - XIV

Tava mais do que cantada essa eliminação do Brasil para a Argentina nas semifinais do torneio olímpico de futebol masculino. Aliás, estava tão cantada quanto a queda do futebol feminino diante da Alemanha, também nas semfinais. A diferença é que as meninas não aceitaram isso e mudaram o curso da história. Da próxima vez, não vai ser mais surpresa.

O que vai ficar mais feio é que, enquanto Marta, Cristiane e cia. estiverem festejando uma quase certa medalha de ouro, o time de Dunga vai lutar para arrumar motivação para vencer a Bélgica pelo bronze. É mais fácil achar a vara sumida da Fabiana Murer.

Mas o futebol feminino que não se iluda. Por se tratar de futebol, este esporte que é tão amado e odiado pelos brasileiros, o que eu mais ouvi na rua hoje foi que "tinha que botar a Marta e a Cristiane nos lugares do Ronaldinho e do Pato". Pronto. Qualquer outro resultado que não seja uma bela vitória sobre os EUA passa a ser derrota. É assim...

Soberanas, sem perder um só set, o mesmo dilema vão viver as meninas do vôlei. Com fama de amarelonas, elas chegam a mais uma semifinal. Desta vez, o ouro vem mole, parece. Mesmo assim, vai ser tenso. O mais impressionante de se ver foi a levantadora japonesa de 1,59 m. Praticamente uma pulga na quadra.

O Jadel Gregório é um daqueles que falam na terceira pessoa, tipo o Pelé (ou o Édson?). Será que isso ajuda? Que é estranho, é.

O nome da atleta acima é Leryn Franco (foto), do Paraguai, arremessadora de dardo. Ficou em 51º lugar nas eliminatórias. Boa idéia!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - XIII

Quando a gente imagina que já viu de tudo, depois de se surpreender com a organização dos chineses na cerimônia de abertura, de se espantar com o progresso que os anfitriões das Olimpíadas mostraram no esporte... eis que desaparece, sem mais nem menos, o principal instrumento de trabalho de uma atleta.

A cena da expressão de decepção no rosto de Diego Hypolito foi ofuscada um dia depois pela imagem de desespero atônito de Fabiana Murer, aquela saltadora que conquistou os brasileiros no Pan do Rio. Uma menina simpática, que só queria saber onde estava a sua vara, que dá nome ao esporte que pratica. O que fazer? Parar tudo? Criar uma quizumba ou um barraco, no melhor estilo brasileiro? O fato é que, independentemente de ela ganhar ou não uma medalha se a vara estivesse lá, o que a organização chinesa mostrou foi um baita de um despreparo. Mais uma vez: dá para o Rio fazer Olimpíadas, sim. Desse jeito, tranqüilamente.

Liu Xiang foi a prova de que a decepção e o fracasso são democráticos e espreitam qualquer um. Que cena. E, depois da cena dantesca, a imagem dos chineses indo embora do Ninho de Pássaro, sabendo que "a grande atração... morreu", como diz uma tragicômica canção de Nico Nikolaievski, da dupla Tangos e Tragédias.

As meninas da seleção de futebol desta vez surpreeenderam de verdade. Depois de sofrerem no início do primeiro tempo, resolveram dar um pontapé no complexo de vira-latas. Cristiane botou as alemãs para dançar e também deu seus passinhos ao fazer um golaço de placar. Meninas, não brinquem! Agora, vocês entraram no glorioso panteão do título obrigatório. Bem-vindas ao mundo do futebol!

Com grau bem menor de cobranças, a dupla de beldades Fernanda Oliveira e Isabel Swan (foto) fizeram a maior farra depois de conquistarem o bronze na classe 470. Como eu não entendo patavinas de iatismo, gostei mesmo foi da virada do barco que elas deram no fim.

Telespectador olímpico - XII

Qual é o preço de uma frustração? Ou de uma decepção? Quanto custa um fracasso? Como se avalia de quem é a culpa de um erro? Quem assistiu ao tombo de Diego Hypolito no fim da apresentação de solo, onde ele entrava como candidato a uma medalha de ouro, teve que tirar a prova do estômago. O garoto, que teve que brigar com uma lesão e até contra a dengue para ir a Pequim, fez uma expressão difícil de explicar.

Por acaso, eu já tinha falado aqui que achava difícil. E também questionei sobre a orientação psicológica dos atletas, tanto da ginástica, quanto do judô. E, pelo visto, já dá para ver que isso acontece também no atletismo e na natação, com a exceção do Cielo. Mas, jamais poderia imaginar que poderia ver aquela cena da manhã de domingo.

Acho que quem tem mais de 30 anos já fracassou um dia, guardadas as devidas proporções. No esporte, isso é mais evidente, e às vezes, até muito cruel, como no caso de Hypolito. Zico, Baggio, Zidane, Maradona, só para ficar entre alguns ídolos do futebol, sabem o que é isso.

E chega desse negócio de pedir desculpas ao país. É uma prova de que essas pessoas levam todo o peso de um país nas costas. E, com o perdão do que possa parecer esse verbo, tremem na hora de brilhar. Daiane dos Santos (foto), mais uma vez, errou. Mas voltou a mostrar maturidade: "É muito complicado. Você treina quatro, cinco, oito anos para alguma coisa e não acontece." Ela completou com mais uma frase simples, mas lúcida: "A gente quebrou muitas barreiras aqui".

Enfim, você, telespectador brasileiro, está insatisfeito? Vai lá fazer melhor.

sábado, 16 de agosto de 2008

Uma incelença entrou no paraíso

Uma pausa. Quando pequeno, eu ouvia diariamente a Suíte do Pescador na Rádio Angra, antes de ir para a escola. Era tema de um miniprograma voltado para os profissionais da pesca, que na minha cidade natal não são poucos. Era sempre bem cedo, lá pelas 6h da manhã, e achava engraçado aquele ritmo cadenciado, cantada vozes vindas de um coral de homens. Imaginava logo os pescadores indo para o mar entoando o tema como se estivessem em um musical da Vera Cruz.

Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar, meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer

Anos mais tarde, já muito interessado na obra do Dorival Caymmi, eu me deparei com a música inteira, e descobri que a cena de musical que se passava na minha cabeça não era por acaso. Na segunda parte da canção, em tom mais trágico, Dorival começa a chamar pelos irmãos pescadores que não voltaram do mar. Os gritos ecoam diante do mar.

Pedro, Pedro, Pedro, Pedro
Nino, Nino, Nino, Nino
Zeca, Zeca, Zeca, Zeca
Cadê vocês, homens de Deus?
Eu bem disse à José, não vá, José, não vá, José
Meu Deus! Com um tempo desses não se vai
Quem vai pro mar
Quem vai pro mar
Não vem

A música retoma outra forma, como se fosse uma pequena ária de ópera. E conclui poeticamente, como na maioria das composições do velho Caymmi.

Uma incelença entrou no paraíso
Adeus, irmão, adeus, até o dia de Juízo

Meu amigo Carmélio também escreveu sobre a morte do Caymmi

Para encerrar, a melhor música romântica do Brasil.


Telespectador olímpico - XI

Eu deveria botar aqui a foto do César Cielo conquistando o ouro que ele prometeu e conseguiu. Mas, como isso aqui não é um blog de esportes, vamos de Lucimara Silva (foto), a musa do heptatlo, que tem deixado os cuecas olímpicos loucos, atrás de quaisquer notícias sobre esta modalidade do atletismo quase desconhecida do grande público.

O mais recente dia olímpico, a virada de sexta para sábado, foi o melhor até agora, apesar da madrugada fria. A seleção masculina de vôlei percebeu o mico e venceu a Polônia, voltando aos eixos. A final dos 100 m rasos, cheia de jamaicanos, teve recorde mundial. O Brasil deu susto, mas conseguiu vencer o Camarões na prorrogação. A Argentina idem. E o maior duelo do futebol mundial será em uma terça, às 10h (de Brasília), pela semifinal do torneio de futebol masculino.

Mas o dia foi mesmo do Cielo. Sem parar para respirar, o cara engrenou uma batida, surpreendeu todo mundo na redação, emocionando gente que costuma ver esporte com outros olhos. Parecia final de Copa do Mundo. Acho que foi até melhor. O que foi chamado de marra, aqui, há alguns posts, virou autoconfiança, muita perseverança e técnica. Ele fez história.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - X

A Jade até que tentou. E acho que o décimo lugar é para ser comemorado. Mas, assim como o judô, me dá aquela impressão de que o resultado poderia ser melhor. E assim como aos atletas do "dojo", parece que falta um pouco de orientação psicológica à menina.

Mas, é impressionante ver as garotinhas, tão novinhas ainda, fazendo movimentos que eu jamais chegarei perto de fazê-los (e nem estou aí para isso). Em 1988, lembro de Luisa Parente ter vibrado muito com o fato de ser a primeira ginasta a se classificar para as finais (ficou entre as 36 primeiras). Mas, se vermos a apresentação da estadunidense Nastia Liukin na trave e no solo, vemos o quanto ainda estamos longe de um pódio. A esperança é o Diego Hypolito, dizem. Eu custo a acreditar ainda.

Outra coisa que me impressionou foi a vitória da dupla Ana Paula e Larissa sobre as alemãs Pohl e Rau. na hora de comemorar, Larissa se virou para abraçar Ana, mas esta correu para o fundo da quadra. Desentrosamento até na hora de comemorar. Agora, elas terão a prova de fogo, enfrentando as americanas Walsh e May.

As meninas do vôlei indoor (é assim que se diz?) estão impossíveis. Desta vez, detonaram o Cazaquistão, que só fez jogo duro no terceiro set. Ainda acho a melhor aposta.

Tem uma tal de Lucimara Silvestre competindo no Heptatlo com uma roupinha, digamos, cavadíssima. Em uma entrevista, a atleta brasileira disse que tem feito sucesso por onde passa e que os homens ficam loucos. Vamos prestar atenção nela!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - IX

Olha, o Michael Phelps pode ganhar quantas medalhas quiser, mas essa história de que os óculos saíram do lugar, e ele ficou chateado por não ter feito um melhor tempo por nadar de olhos fechados foi a maior tirada de onda de Pequim. Quer dizer que ele nunca nadou de olho aberto em piscina? Rapaz, esse cara não sabe ganhar. Aliás, ele consegue ser mais feio que o Alexandre Pato.

Não é que o César Cielo está se mostrando uma espécie de Xuxa mais bem acabado? Ganhou o bronze nos 100 m livre da natação, prova que não tem o Phelps para atrapalhar, e já avisou: vai buscar o ouro nos 50 m livre. Que marra, hein? Gostei. Mas, agora, prometeu, tem que cumprir, malandro. Vale qualquer medalha.

Mas, deixemos os feios de lado, e vamos às belas. Essa Talita (foto) da dupla de vôlei de praia com a Renata, por exemplo. E a duplinha está surpreendendo, perdendo apenas um set na primeira fase. Olho nelas.

O vôlei masculino perdeu bonito (ou feio), e de novo para a Rússia. O Bernardinho estava um verdadeiro Pai Mei em fúria na beira da quadra, atitude que me faz questionar até que ponto isso ajuda. E os russos, que na Era da Prata tinham a fama de comemorar fria e discretamente os pontos conquistados, foram à loucura, tamanha a vibração. O craque deles é o Mihaylov, que parece ser um nerd em forma de gente.

Agora, vai ficar bonito: vai começar o atletismo na noite desta quinta. Tem até eliminatória dos 100 m rasos. Acho que vai começar a virada estadunidense no quadro de medalhas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - VIII

Se o Brasil hoje é uma potência em algum esporte olímpico, é no vôlei feminino. O que estão jogando essas meninas, que sofreram tanto nas últimas competições de grande visibilidade, que lhes custou a fama de "amarelonas", não é brincadeira. É justo esperar até o fim, e temos que admitir que o histórico delas pede isso. Embora o último Grand Prix tenho sido tão avassalador quanto está sendo esta primeira fase.

Eu queria ilustrar esse texto de hoje com uma foto da jogadora de vôlei sérvia Jovana Brakocevic, camisa 2, que brilhou contra o Brasil, apesar da derrota. Mas tive dificuldade de achar imagens dela, até mesmo em agências de notícias. Para onde esses fotógrafos estão olhando? Vou esperar mais um pouco, mas até o fim das Olimpíadas, eu posto uma foto dela aqui. Nem que seja de arquivo. Jovana neles!

Aliás, fora o judô, que é muito cruel, e a natação, onde tudo parece ser um samba de uma nota só, é no vôlei feminino que estamos encontrando alguma emoção nesses jogos de Pequim. Não consigo ver a seleção de futebol masculina como uma coisa séria. Pelo menos nos jogos olímpicos. Parece uma Copa América com asiáticos, africanos e europeus. A equipe feminina ainda precisa se acertar, e a Marta, por ser a melhor do mundo, está devendo.

Já está enchendo o saco esse negócio de atleta pedir desculpas pela TV. Desta vez, foi o Eduardo Santos, que chorou copiosamente após perder a disputa do bronze. Poxa, ninguém (que quer dizer muito pouca gente mesmo) sabia quem era o sujeito até ele entrar no tatame. Ele dá um show nas primeiras lutas, perde sob decisão polêmica da arbitragem, e sai por cima, mesmo sem medalha. Aí, dá um show daquele diante das câmeras depois da competição?

Será que não tem ninguém para trabalhar o lado emocional dessas pessoas? Sair insatisfeito é uma coisa, mas chorar, pedir desculpa e dizer que fez o máximo, mas não deu, como se esperasse clemência? Esporte não é superação a cada dia? Então, meu filho, vira a página e bola para a frente! O melhor comportamento em um caso semelhante foi o da Daiane dos Santos, em Atenas. Virou para a câmera, com a decepção ainda fresca pelo erro no solo, e disse com a maior simplicidade e sinceridade: "esporte é isso, gente". Ponto final.

Telespectador olímpico - VII

Fora o Michael Phelps, que está traçando tudo o que vê pela frente, as Olimpíadas de Pequim até que estão equilibradas. A China está fazendo a festa, ganhando ouro em esportes como levantamento de peso, tiro e saltos ornamentais, mas beliscando no judô, na ginástica e até na esgrima.

Aliás, roubando a piada lá da redação, a maior decepção dos jogos é a linha verde, que não está ganhando de ninguém na natação. Todos os recordes estão sendo pulverizados, como se só agora realmente aprendessem a nadar. Phelps chega a nos envergonhar: entra na piscina, bate um recorde, vai ao banheiro, e quebra mais uma marca. Na saída, volta com umas medalhas no pescoço.

Tiago Camilo parecia que ia detonar, como fez no Mundial do ano passado no Rio. Mas foi pego de surpresa com um ippon, em uma prova de que o judô é tão caixinha de surpresas como o futebol. Aliás, a outra menina do dia, Danielli Yuri, também foi surpreendida e perdeu quando tinha boa vantagem. Devíamos ver e praticar mais judô, esse esporte tão legal e emocionante.

Não dá para deixar de falar no futebol feminino, que parece estar engrenando depois da bela vitória sobre a Nigéria. Cristiane (foto) fez o dela, de bicicletinha, mostrando que agora entrou de vez no fuso horário. Agora, acabou a brincadeira. Perdeu, dançou. Vamos precisar de todas bem acordadas.

Quer dizer que a China não é tão azul assim? A menina cantora, primeira criança que me impressionou na cerimônia de abertura, era uma espécie de Milly Vanilly oficial e autorizada? E deu agora há pouco no JG: os organizadores admitiram retoques nas imagens da TV, como um photoshop da transmissão. Desse jeito, eu fico otimista! Dá para fazer Olimpíadas no Rio de Janeiro com tranqüilidade! Não há nada que o Pitanguy não possa resolver!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - VI

K-E-T-L-E-Y-N. Ketleyn Quadros é o nome da dona da primeira medalha do Brasil. Pegou todo mundo de surpresa. Era um nome daqueles que a gente olha e passa direto sem dar atenção na lista das atrações do dia. Mas foi a menina de 20 anos que fez história ao ganhar o bronze, a primeira medalha individual de uma mulher brasileira em Olimpíadas. Depois, tivemos o Leandro Guilheiro, comprovando o que já tinha feito em Atenas, hpa quatro anos. Nos dois casos, fui dormir às 5h da manhã sem esperança, acordando às 8h surpreso com as medalhas. Comi mosca.

Mas a surpresa mesmo foi a facilidade com que as brasileiras do vôlei detonaram a Rússia. Sem dó, nem piedade, venceram os três sets. Mas vale o alerta: se se encontrarem de novo, as russas não vão repetir essa atuação. A giganta Ekaterina Gamova (foto) que o diga. E eu vi o jogo pela TV escutando pelo rádio, muito bem irradiado, por sinal. Fico imaginando como é difícil improvisar uma narração de vôlei pela latinha.

No basquete feminino, até que houve uma surpresa, não pelo resultado. Mas pela maneira como o Brasil encostou no finzinho do jogo. Mesmo assim, jamais acreditei que poderia virar.

O melhor do dia foi a impressionante prova de revezamento 4 x 100m livres da natação. De tirar o fôlego de telespectador e do locutor. E a vibração de Phelps foi de irritar. No bom sentido.

Peraí! Quer dizer que a dupla brasileira Renato e Jorge se naturalizaram pára defender a Geórgia nas Olimpíadas e adotaram os nomes de Geor e Gia??? Achei que fosse piada, mas... é verdade? Ufa! Ainda bem que não foi em Cuba...

domingo, 10 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - V

Segundo dia, e surge mais uma musa: Stephanie Rice (foto), a australiana que venceu os 400m medley feminino. Ela baixou o ecorde mundial que quase dois segundos e ainda brilhou no pódio. Não estou nem aí para o Michael Phelps!

João Derly, o Robert de Niro com altura de Al Pacino do tatame, não resistiu ao português enfaixado Pedro Dias e foi eliminado. Minha aposta ainda é no Tiago Camilo e na Mayra Aguiar. Mas lembro que a Edinanci é sinistra...

Dormi no resto da madrugada. Só acordei para ver as meninas da ginástica cortando um dobrado para chegarem às finais. Conseguiram. Mas parece que a espeança de medalha fica mesmo só por conta de Diego Hypolito.

E teve o futebol masculino, onde dizem que o Ronaldinho desencantou. É bom que desencante mesmo, porque daí, só vão comemorar se vier um ouro e daqueles bem merecidos.

Telespectador olímpico - IV

Já começei a bater pino na madrugada, e por causa disso, deixei de escrever por um dia. Não faz mal. Com o início das competições, elas se amontoam na grade da TV e, entre uma cochilada e outra, você se pergunta: "Cadê o vôlei de praia que estava aqui?".

A estréia da principal dupla feminina brasileira me surpreendeu. Ana Paula se mostrou uma mulher aguerrida, mesmo demonstrando cansaço pelas horas viradas de viagem emendadas com o jogo contra as brasileiras georgianas.

E logo de cara, no primeiro dia olímpico, tivermos o prazer de ver Itália x Rússia, no vôlei feminino. A surge a primeira musa olímpica: Francesca Piccinini (foto), da equipe italiana. A camisa 12 mostrou vibração e, no decorrer do jogo, nem ia mais prestando atenção no que ia acontecendo na quadra.

No futebol feminino, quanta pancadaria. As coreanas do norte desceram o sarrafo nas brasileiras e, percebendo que a árbitra não fazia nada, as brasucas também resolveram entrar nas canelas e tornozelos das adversárias. Parecia uma boa e velha propaganda de Gelol!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - III

Caramba! Vou tentar não repetir o que todos os veículos já falaram sobre a sensacional abertura das Olimpíadas de Pequim. Mas sabe o que mais me impressionou no meio daquilo tudo? Foram as crianças chinesas. Desde a primeira menininha que apareceu cantando sozinha no palco, passando pela minipianista, pelo coral que interpretou o hino olímpico vestindo roupas típicas, pelas estudantes que ajudaram a pintar a aquarela, e culminando na expressão do menino-herói que desfilou ao lado de Yao Ming, como um legítimo cidadão: de arrepiar.

Mas, como nem tudo é perfeito, e a China também está longe de ser um paraíso, vamos ao que teve de bom e de ruim na cerimônia mais badalada de todas as cerimônias.


BOM:

- Os 2.008 tambores luminosos e seus respectivos percussionistas

- A direção precisa do Zhang Yimou

- Apesar de parecer não ter fim, a elegância da delegação dos EUA, com direito a Kobe Bryant de boininha

- A aquarela gigante pintada durante a cerimônia e colorida pelos atletas virou o piso do palco

- O sistema de cabos de aço do Ninho de Pássaro, que fez o atleta acender a tocha olímpica: inacreditável!!

RUIM:

- O encontro musical do chinês Liu Huan com a britânica Sarah Brightman

- O desfile interminável das delegações dos países

- A roupa dos brasileiros era tão pesada, que os atletas foram tirando casaco, chapéu e ficaram só de camiseta

- Os chefes de Estado toda hora aparecendo na telinha

- Essa política que o Brasil se esforça em fazer para tentar sediar os Jogos de 2016

Agora chega: que venham os jogos!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - II

Não vejo a hora de a Olimpíada de Pequim começar (e acabar) logo. Esse negócio de futebol antes da abertura dá uma leve impressão de alguma coisa está fora do lugar. Na manhã desta sexta, sim! Cerimônia de Abertura, com um monte de gente fazendo coreografias, show de luzes, danças e músicas chinesas esquisitas e o interminàvel desfile das delegações. A previsão é de 3 horas e meia de duração. Vamos ter vaias aos americanos? Se entrarem de máscara, eu apupo daqui de casa!

1) Estréia morna dos homens no futebol. Aliás, times feminino e masculino estão cada vez mais parecidos. Mais uma vez, acordei atrasado e peguei com uns 20 minutos de jogo, desta vez, acertando o canal. É a seleção das trancinhas: Ronaldinho, Anderson e Breno.

2) A Bélgica tem a sina de ser roubada quando enfrenta o Brasil? Para mim, duas expulsões Mandrake.

3) Não acho uma boa esse negócio de a gente ter que ficar vendo a família do jogador torcendo. Acontecem algumas situações constrangedoras. Se o cara está mal, fica difícil criticar.

4) Ainda sobre comerciais (e fica difícil não comentar, eles se repetem tanto...). O Giba precisa escolher melhor os anúncios, ou pelo menos os roteiros. Esse do celular que pega TV é uma tremenda queimação de filme! O maior jogar de vôlei do mundo está no banco (?) ouvindo MP3 durante o jogo, quando é flagrado pelo técnico e toma a maior bronca.

Depois, faz a maior cara de enfado e liga a TVzinha, sintonizando a Daiane. Depois, muda para o futebol e vê a Marta fazendo um gol. Aí, vira anarquia: o Giba invade a quadra, em pleno jogo (!!) e começa a pular, para assombro do técnico. O juizão mostra que não está para brincadeira: saca um cartão vermelho e expulsa o Giba!! Gênios da publicidade! Eu, hein!! Tá doidão, Giba?

5) Sem comentários sobre o anúncio do Benardinho encarnando o Pai Mei...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Telespectador olímpico - I

OK, estou sem folga durante os Jogos Olímpicos de Pequim. Mas não estou trabalhando diretamente na madrugada, como boa parte dos meus colegas. Pior ainda, já que de dia eu estou na redação, e de noite viro telespectador. Já consegui autorização para deixar a TV ligada em casa madrugada adentro.

Por isso, pretendo dividir com os amigos algumas impressões sobre os Jogos. Seguem as primeiras:

1) Acordei atrasado para o jogo Brasil x Alemanha. Liguei a TV e acompanhei o equilbrado jogo. Vi que as brasileiras estavam de azul, e as alemães, de branco. Azul? Só dez minutos depois, descobri que estava vendo Nova Zelândia x Japão... Cadê o controle remoto?

2) Prezunic? Tem uma jogadora alemã com nome de supermercado? Nada disso, o nome dela é Linda Bresonik...

3) Na propaganda do McMenu, logo no início, aparece um senhor que põe um chapeuzinho de plantador de arroz e vai para a frente da casa. E fica ele lá, dançando sozinho, animadão. Maior pinta, o senhorzinho!