quarta-feira, 21 de maio de 2008

Olha o Allen aí

Estou tentando botar a casa em ordem depois de mais de uma semana sem internet, duas visitas do Coronel Skavurska e uma ida ao estaleiro dos computadores. Diagnóstico: não era nada! Nada? Volto para casa com a torre sagrada, ligo os fios e... tudo funciona normalmente. Incrível, mas um bocado misterioso. Por que motivo dois funcionários da empresa de internet a cabo não decifraram a esfinge do meu carente computador?

Volto para o blog depois de duas semanas. Ninguém reclamou, e é até bom assim. Como neste espaço praticamente só se fala de cinema, aproveito para indicar o escondidíssimo filme O Sonho de Cassandra, suspense de Woody Allen que está em cartaz (ou pelo menos estava...). O judeu mais famoso do cinema é um dos meus cinco diretores favoritos, ao lado do Francois Truffault, Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. A quinta vaga está em aberto, ficando entre Spike Lee, Fernando Meirelles, Alfred Hitchcock, Pedro Almodovar e mais alguns de que não me lembro.

Para quem se acostumou a assistir às comédias ambientadas em Nova York, ainda é estranho se adaptar às paisagens européias, mas ainda assim urbanas. Ian (Ewan McGregor) e Terry (Colin Farrell espetacular) são dois irmãos, cada um bem diferente do outro, como costumam ser irmãos. Mas aí, as coisas vão acontecendo, acontecendo, e de epetente estamos diante de um drama quase épico. Uma tragédia grega, de onde Allen bebe da fonte legítima, como bom escritor que é. É um drama, mesmo assim, com toques de riso nervoso.

Volto a elogiar a interpretação do Farrell, por causa de uma coisa chamada curva dramática. Aprendi isso quando achei que poderia ser ator. Tem em novela, filme, quadrinhos, e acontece quando um personagem vai mudando de personalidade, ao reagir às conseqüências da linha da história. É difícil explicar. No cinema e principalmente nas novelas, alguns atores famosos queimam o filme e viram canastrões. Não é o caso do ator irlandês.
Woody Allen é assim mesmo. Faz filme como se fizesse pão. E quem gosta de pão, daqueles de padaria mesmo, sabe que um nunca é igual ao outro. Agora mesmo, os franceses já estão elogiando Vicky Cristina Barcelona, novíssimo do autor e diretor, como o melhor da carreira dele. Desta vez é comédia, e tem Penélope Cruz, Javier Bardem e, de novo para alegria de todos os cristãos, Scarlett Johansson. E olha que franceses gostam muito e entendem bastante de Woody Allen. E de pão também.

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