quarta-feira, 7 de maio de 2008

É ferro na boneca!

A cada dia que passa, este blog vira mais de cinema do que de qualquer outra coisa. Não que eu não faça mais nada na minha vida do que trabalhar e ir assistir a um filmezinho nos dias de folga. Como diz a minha descrição ao lado, também vou aos botecos, ao Maracanã e ao teatro. Leio os jornais também, assino as revistas Veja, Placar e (minha favorita) National Geographic, a qual leio toda, de cabo a rabo. E leio quadrinhos da Marvel e da DC há aproximadamente 25 anos.

Portanto, claro, já assisti ao filme Homem de Ferro. E foi no sábado, um dia após a estréia. E me arrisco a dizer que é o melhor roteiro dos filmes de super-heróis lançados até agora (embora eu ainda ache que Dick Tracy é disparado a mais ousada e bem sucedida adaptação dos quadrinhos). Mark Fergus, Hawk Ostby, Art Marcum e Matt Holloway são o time de escritores. É claro que a presença de ótimos atores como Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges e Terrence Howard só fortalece a história.

Tony Stark está longe de ser um adolescente nerd, como Peter Parker, ou um milionário perturbado e carente, como Bruce Wayne. O que deixa Homem de Ferro com cara de uma boa aventura é o fato de o poderoso industrial fabricante de armas ser um personagem valioso nos dias de hoje. E os roteiristas não se entregam ao discurso politicamente correto nem à tal cartilha americana (isso ainda existe?).

É um playboy janotinha, cresceu em berço de ouro, mas ajudou a desenvolver a sociedade moderna, herdando a fortuna do pai. Irresistívelmente interpretado por Downey Jr., um ator que já viveu o melhor dos atores no cinema. Tira de letra tanto as cenas de humor, quando ele faz as pimeiras experiências de vôo em seu traje, quanto os big closes necessários quando ele está dentro da armadura.

O drama do personagem principal, para quem lê os quadrinhos, já é conhecido. Foi esmiuçado em todos esses anos, surgiu após a Segunda Guerra, sobreviveu ao Vietnã, tirou de letra Golfo, Afeganistão, Bagdá, e hoje, no fim da Era Bush, chega finalmente aos cinemas. Mais maduro, portanto. Stark não é um reacionário. Muito menos um pacificador. É capitalista, como o seu país. Isso já foi um palavrão para mim, mas agora é só um bordão.

Ainda há muito a se explorar na franquia do Homem de Ferro, e o filme deixa muitas, mas muitas pontas soltas. A relação de Stark e Pepper (vivida pela lindinha Gwyneth) foge dos padrões habituais: se sustenta em um amor platônica, quase impossível de se realizar. A amizade com Rhodes é um belo filão que já rendeu nos gibis, e há um pista disso. A relação do empresário com a bebida passa discretamente no filme, mas já atormentou demais o nosso herói nos quadrinhos. O anel de um dos vilões dá margem aos fãs imaginarem um possível Mandarim, arqui-inimigo do latinha. Sem falar na surpresa do final, um presente para os aficcionados como eu (quase pulei da poltrona!!).



PS: De presente, deixo um videozinho que uns gaiatos já produziram na internet. Pode ser visto antes e depois de ter assistido ao filme.

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