
Desta vez, acordei cedo e fui para o Rio Sul antes mesmo deste shopping eternamente em obras abrir. Tem todo um ritual, abre-se a porta de fora, depois a de dentro, e o povaréu entra. Quando cheguei à livraria Saraiva, a fila já era enorme. Muitos gringos, pais de família e pessoas esquisitas, como eu, por exemplo. Após uma hora, e uma taxa de 20% que eu não esperava pagar, o ingresso estava na mão.
A segunda maratona era sair da Barra rumo ao Maracanã. Imaginei que iria sofrer, mas o trajeto em dois ônibus durou uma hora e 40 minutos. No 438 via Rebouças, apenas eu, um casal e quatro amigos saltaram em frente à estátua do Bellini, minoria em um ônibus repleto de pessoas voltando do trabalho.
- Passa no Maracanã, né?
- Passa, sim. Ih, o jogo é hoje, é?? - respondeu e perguntou o distraído motorista.
Ao chegar na porta da "casa de espetáculos", tratei de tomar as minhas cervejas, já que encarar uma jornada solitária ao Maracanã, não é mole não. Dei aquela volta rápida no Bellini tentando encontrar algum conhecido (quase todos marcam encontro lá). Tinha PM, Polícia Municipal, Segurança e até Fiscal do TRE. Nenhum rosto conhecido. É melhor entrar logo.
Um pequeno bolo de pessoas se aglomerava na entrada. Em cima de uma grade, um cara de colete gritava:

- Arquibancada verde, amarela, branco, inteira e meia é aqui! Cadeiras azuis e gratuidades é lá - bradava o que uma boa placa resolveria. Aliás, é difícil entender o motivo de o Maracanã ser tão mal sinalizado.
Ao entrar, cheguei mais ou menos na hora em que os jogadores iam ao campo para fazer o aquecimento. Esse foi o momento ápice do espetáculo. Pareciam os Beatles, e Kaká era o Paul. Robinho, tinha o carisma do Ringo. Pena que o conjunto desafinou quando o show começou.
Enfim, saí do jogo aos 20 minutos do segundo tempo, com muito tédio. Peguei um táxi, que nem escutava o jogo, e em que o motorista nem sabia do placar. A impressão que tive é que, embora a maioria estivesse usando amarelo, quase ninguém se sentia torcedor daquele "time esquisito". Não existem cânticos, fora um leleô, Brasil que surge de vez em quando. Ah, claro, a exceção foram os xingamentos ao técnico, ao Robinho, além do duelo Fla-Flu nas arquibancadas. Uma tremenda chatice.
Sintomático mesmo foi um detalhe ainda no primeiro tempo: apenas um jogador teve o nome gritado por uma jogada que fez dentro de campo. Não foi Kaká, embora a claque feminina desse urros quando ele recebia a bola. Não foi Robinho. Pato só teve o nome gritado quando estava no banco, mas quando entrou, desafinou também. Júlio César foi saudado antes do jogo, mas só. Foi Lúcio, após uma bonita roubada de bola. Amigo, quando a torcida grita o nome do zagueiro, é sinal de que a coisa foi feia.
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